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Secretário de Guerra dos EUA colocou tropas em risco ao trocar mensagens em app sobre bombardeio no Iêmen, diz investigação do Pentágono

Jornalista incluído sem querer em chat do governo Trump divulga novos trechos com informações secretas de ataque no Iêmen O secretário de Guerra dos Estado...

Secretário de Guerra dos EUA colocou tropas em risco ao trocar mensagens em app sobre bombardeio no Iêmen, diz investigação do Pentágono
Secretário de Guerra dos EUA colocou tropas em risco ao trocar mensagens em app sobre bombardeio no Iêmen, diz investigação do Pentágono (Foto: Reprodução)

Jornalista incluído sem querer em chat do governo Trump divulga novos trechos com informações secretas de ataque no Iêmen O secretário de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, colocou tropas americanas em risco ao trocar mensagens ultrassecretas em um aplicativo de mensagens sobre um bombardeio no Iêmen em março, afirmou nesta quinta-feira (4) o órgão independente de fiscalização do Pentágono. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp “O secretário enviou informações não públicas do Departamento de Defesa que identificavam a quantidade e os horários de ataque de aeronaves tripuladas dos Estados Unidos sobre território hostil por meio de uma rede não aprovada e não segura”, afirmou o gabinete do inspetor-geral do Pentágono, Steven Stebbins, em um relatório. “O uso de um telefone celular pessoal para realizar tarefas oficiais e enviar informações não públicas do Departamento de Defesa por meio do Signal implica um risco potencial de comprometimento de informações sensíveis do Departamento de Defesa, o que poderia causar danos ao pessoal do Departamento de Defesa e aos objetivos da missão”, acrescentou. No centro da polêmica está o uso por Hegseth de um aplicativo de mensagens chamado Signal para coordenar um bombardeio americano contra o grupo rebelde Houthis no Iêmen, ocorrido em março deste ano. O secretário de Guerra divulgou no aplicativo informações ultrassecretas sobre um ataque que ainda iria ocorrer. A operação ganhou repercussão porque um jornalista da revista "The Atlantic" foi adicionado por engano ao grupo de mensagens onde as estratégias estavam sendo discutidas e teve acesso ao conteúdo delas. (Leia mais abaixo) O Signal não é um canal autorizado pelo governo dos EUA para o compartilhamento de informações sigilosas. O Executivo dispõe de sistemas próprios para esse tipo de comunicação. Pete Hegseth Andrew Harnik/Pool via REUTERS O caso gerou forte reação no Congresso dos EUA e se tornou uma das primeiras crises do segundo mandato de Donald Trump. Parlamentares democratas e republicanos passaram a pressionar a Casa Branca para tomar medidas. Alguns membros da oposição pediram que o presidente Donald Trump demitisse Hegseth e o conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz. Trump e Hegseth minimizaram a polêmica e negaram que dados sigilosos tenham sido compartilhados no grupo. O presidente, no entanto, determinou que o governo avalie a segurança do Signal para uso em comunicações sobre assuntos nacionais. A investigação independente foi aberta em abril para apurar o caso e é chefiada pelo inspetor-geral do Pentágono, que tem autonomia para investigar possíveis irregularidades dentro do Departamento de Defesa. Vazamento Emojis em chat com a cúpula do governo americano Reprodução/The Atlantic O editor-chefe da The Atlantic, Jeffrey Goldberg, foi incluído acidentalmente no grupo de mensagens onde autoridades americanas discutiam estratégias ultrassecretas sobre os ataques contra os Houthis. Entre os participantes do grupo estavam Hegseth, Waltz, o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, e o secretário de Estado, Marco Rubio. Segundo Goldberg, tudo começou em 11 de março, quando ele recebeu uma solicitação no Signal de um usuário identificado como "Michael Waltz" — o mesmo nome do conselheiro de Segurança Nacional. O jornalista só acreditou no conteúdo das mensagens quando, dias depois, os EUA lançaram ataques contra os Houthis a partir de porta-aviões no Oriente Médio. O jornal "The New York Times" classificou o episódio como "uma falha extraordinária de segurança". O relato de Goldberg mostra momentos em que Vance e Hegseth criticam diretamente as potências europeias aliadas dos EUA. Ao discutir ataques aos Houthis, que têm bloqueado algumas rotas marítimas no Oriente Médio, o vice-presidente afirmou que apenas "3% do comércio americano passa pelo Canal de Suez", enquanto "40% do comércio europeu passa por lá". "Eu apenas odeio salvar a Europa de novo", criticou Vance, ao deixar implícito que uma operação dos EUA contra os Houthis supostamente ajudaria mais os europeus do que os americanos. "Eu compartilho totalmente do seu desprezo pelos aproveitadores europeus. É PATÉTICO", concordou Hegseth. A "The Atlantic" também destacou que, logo após os ataques, Waltz deu entrevistas elogiando as ações do governo Trump e criticando a abordagem da gestão Biden no Iêmen, que ele classificou como "alfinetadas pouco efetivas". O atual secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth Evan Vucci/AP VÍDEOS: mais assistidos do g1 .