Diretor da PF e Ministério da Justiça rechaçam criação de Agência Nacional Antimáfia: 'Já existe e chama Polícia Federal'
Aliados pressionam Lula a criar Agência Nacional Antimáfia O diretor da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, e o secretário-executivo do Ministério da J...
Aliados pressionam Lula a criar Agência Nacional Antimáfia O diretor da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, e o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Manoel Carlos de Almeida Neto, afirmaram ao blog que se opõem à criação de uma Agência Nacional Antimáfia para combater as facções criminosas e reocupar territórios dominados por essas organizações. 📱Acesse o canal da Sadi no WhatsApp A ideia começou a ser articulada por aliados do presidente Lula (PT) e foi rechaçada por Andrei. "Sou totalmente contra agência porque essa agência jé existe e se chama Polícia Federal. Qualquer iniciativa que retire poder da PF é inaceitável”, afirmou o diretor da corporação ao blog. Já o Ministério da Justiça defendeu a aprovação da PEC da Segurança Pública e do projeto antifacção, em discussão no Congresso. "É preciso se compreender que no Brasil não há problemas com terrorismo, que envolvem questões politico-ideológicas ou religiosas, e nem com máfias ou clãs, com vínculos familiares e hereditários como ocorreu na Itália", disse Almeida Neto. "O problema do Brasil são as facções prisionais, que se expandem para fora dos presídios, com hierarquia, domínio territorial e emprego de violência, predominantemente formada por narcotraficantes e assaltantes. Certamente não é de um novo órgão público que o Brasil precisa para resolver esse problema, mas sim da integração efetiva das forças policiais e investigativas já existentes. Por isso o Governo Federal defende a urgente aprovação da PEC da Segurança Pública e do PL Antifacção, apresentados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública”, completou. Agência inspirada no FBI Segundo o blog apurou, a ideia é que a agência seja inspirada no FBI, o órgão federal de investigação dos EUA, a Direzione Investigativa Antimáfia (DIA) da Itália e a National Agency Crime (NCA), do Reino Unido. O entorno do presidente está preocupado com o impacto da segurança pública sobre os planos de reeleição para 2026 – a pesquisa Quaest desta semana mostra que o petista voltou a empatar com Jair Bolsonaro (PL) e perdeu vantagem para outros adversários da direita. Para reverter o cenário, uma ala do PT, com respaldo no Planalto, vem defendendo a criação de um órgão especial para combate ao crime organizado – recriando o Ministério da Segurança Pública, que existiu no governo Temer (MDB) ou montando uma secretaria dedicada ao tema. A ideia da Agência Nacional Antimáfia entra como outra opção nesse sentido. Segundo o blog apurou, a justificativa é que a fragmentação de políticas de segurança e a cooptação de agentes públicos, entre outros problemas, têm minado o combate a facções como Comando Vermelho (CV), Primeiro Comando da Capital (PCC) e Guardiões do Estado (GDE). A reocupação de territórios é tratada como um objetivo central. Uma pesquisa Datafolha em parceria encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) feita em junho mostrou que ao menos 28,5 milhões de brasileiros vivem em áreas dominadas por milícias e facções.