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Pedreira do Bongue é sítio paleontológico com fósseis de quando Piracicaba era mar, diz pesquisador

Pedreira do Bongue é sítio paleontológico com fósseis de quando Piracicaba era mar A Pedreira do Bongue em Piracicaba (SP), lembrada pela beleza e pelos epi...

Pedreira do Bongue é sítio paleontológico com fósseis de quando Piracicaba era mar, diz pesquisador
Pedreira do Bongue é sítio paleontológico com fósseis de quando Piracicaba era mar, diz pesquisador (Foto: Reprodução)

Pedreira do Bongue é sítio paleontológico com fósseis de quando Piracicaba era mar A Pedreira do Bongue em Piracicaba (SP), lembrada pela beleza e pelos episódios de queda de rochas, é um sítio paleontológico conhecido no meio acadêmico, mas não protegido por leis. O local coleciona fósseis de quando Piracicaba foi mar – saiba mais abaixo. As afirmações são do professor doutor Alessandro Batezelli, do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp. Sítio paleontológico: local que preserva fósseis, organismos que viveram no passado e foram extintos, como peixes, répteis, plantas, dinossauros e invertebrados. O ambiente tem valor científico, paisagístico e educacional. 📲 Siga o g1 Piracicaba no Instagram “É um sítio paleontológico, porque a gente encontra fósseis de peixes e conchas na pedreira do Bongue [..] No ponto de vista acadêmico e científico, é um local já conhecido como um sítio paleontológico. É que a gente, no Brasil, ainda está gatinhando no tombamento desses afloramentos”, afirma. Afloramento: exposição visível de rocha ou leito rochoso na superfície da Terra, causada por processos naturais como a erosão, ou por atividades humanas como cortes em estradas e escavações. Pedreira do Bongue: Piracicaba diz que há estabilidade em fissura e programa novo laudo para 2026 O local não é protegido por órgãos como Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba (Codepac), o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Pedreira do Bongue Prefeitura de Piracicaba Piracicaba já foi mar A Pedreira do Bongue faz parte da unidade geológica Corumbataí e é composta por dois tipos de materiais: argilito (argila vermelha/roxa) e arenito (areia). A distinção dos materiais é visível a olho nu. Batezelli explicou que a formação é composta por rochas sedimentares geradas há cerca de 260 milhões de anos, podendo variar entre 3 e 5 milhões de anos para mais ou menos, quando a região de Piracicaba era um ambiente marinho. “Tinha um mar aqui. Aquela época foi a última vez que o mar entrou no nosso continente. Foi depositando as argilas, que representariam essas regiões mais profundas do mar, e as areias, que seriam situações mais costeiras. Formaram essas camadas e, com o aumento de pressão ao longo do tempo, elas viraram rochas”, explica. Uma publicação do Atlas Ambiental da Bacia do Corumbataí, realizado por pesquisadores da Unesp de Rio Claro, apontou que há evidências paleontológicas, como fósseis, e rochas sedimentares que apontam para ambientes marinhos costeiros e pantanosos na região, principalmente dominados por marés. Ocupação da pedreira O alto da pedreira é ocupado por construções. Oswaldo Generoso, de 81 anos, e Alice Maria Stocco Generoso, de 76, é um casal que mora em cima da Pedreira do Bongue. Oswaldo informou que comprou o terreno em uma imobiliária da cidade há mais de 40 anos. O local tem mais de 500m². “Era uma grande chácara aqui e essa chácara foi loteada. Eu comprei um desses terrenos que foram loteados para a venda”, informou ao g1. Oswaldo e Alice não são os únicos. A rua Aracajú e Campo Grande, que ficam no alto da pedreira no bairro Jupiá, contam com outras casas e até espaço de eventos que tem como fundo o Rio Piracicaba em vista panorâmica. Parte da Pedreira do Bongue, em Piracicaba (SP), em novembro de 2025 Yasmin Moscoski/g1 Geoparques Segundo Batezelli, o ideal seria que o ambiente fosse protegido e transformado em um parque geológico, área destinada à preservação e divulgação dos patrimônios naturais e histórico-culturais. Como exemplo, ele citou o Geoparque de Uberaba (MG) e o Parque do Varvito, em Itu (SP), que exibe formações rochosas de varvito. “O geoparque cuida da parte da geologia e paleontologia, mas envolve também, por exemplo, toda a parte socioeconômica da região com o turismo”, afirma. Parque do Varvito tem entrada gratuita em Itu (SP) Prefeitura de Itu/Divulgação VÍDEOS: tudo sobre Piracicaba e Região Veja mais notícias da região no g1 Piracicaba